Uso exagerado de filtro em fotos pode afetar sua autoestima
Esconder uma espinha ou melhorar as olheiras não é o grande problema, segundo psicóloga, mas sim a alteração da imagem; entenda
Quem nunca ficou com uma cara de cansada e precisou colocar um filtro para dar um recado nas redes sociais ou até mesmo registrar aquele momento especial do dia? Segundo a psicóloga Anne Crunfli, usar de vez em quando, para corrigir olheiras ou esconder uma espinha, não tem problema. O perigo chega com o uso exagerado de filtro, como aqueles que modificam a aparência de forma exacerbada. Entenda:
Crise de identidade
O risco não está em deixar a foto mais harmônica, mas sim em querer se transformar. “Como uma mulher de 50 anos colocar um efeito que fará com que pareça ter 25, ou alguém com olhos castanhos querer modificar a cor para alguma mais clara. Ou seja, rejeitar sua imagem real e querer adotar uma projetada”, exemplifica.
Atualmente, a insatisfação com a autoimagem é tamanha que as pessoas tiram foto e levam para os consultórios médicos, pedindo para que fiquem igual à captação. “Isso é uma distorção de imagem, quando a pessoa começa a acreditar em uma fantasia projetada e não na realidade do espelho”, afirma.
Consequências
Segundo Crunfli, os filtros em excesso podem resultar na queda de autoestima, disforia de imagem e transtorno de humor. “Por isso é tão importante aceitar-se e buscar ter relacionamentos afetivos verdadeiros. Pense em uma pessoa que você gosta, tem apreço, que lhe é importante, essa pessoa é perfeita? Claro que não, então não exija isso de você. Todos possuímos pontos fortes e fracos. O funcional é focar nos seus pontos fortes e, à medida do possível, desenvolver os pontos fracos, mas não rejeitar quem se é por uma idealização irreal”, indica.
Cuidados
“Entenda que trata-se de um entretenimento. É uma ferramenta de diversão que não serve para ser levada à sério como uma projeção de autoimagem. Use com bom senso. Pergunte para pessoas de sua rede de apoio o que acham, se você está ou não parecida consigo mesma após a colocação do filtro. A idealização de um eu projetado através dos filtros, em excesso só trará baixa autoestima e desregulação emocional“, aconselha.
Crianças e adolescentes
Crianças e adolescentes com celulares acabam, inevitavelmente, ficando expostos também a esse problema e, nessas horas, os pais precisam agir. “Eles estão em desenvolvimento e hiper estímulo. O contato com as telas acarreta em ansiedade, desorganização do sistema dopaminérgico e desregulação emocional. Sendo assim, é necessário limitar o tempo e estimular a autoaceitação, valorizando a criança e apontando os pontos fortes”, conclui.
