Como a terapia pode ajudar mulheres 50+ a redescobrirem sua identidade?

Mudanças na carreira, aposentadoria e o “ninho vazio” desafiam a identidade de muitas mulheres 50+. Especialista comenta sobre como a psicoterapia pode ser uma aliada nesse momento de transição

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Mulheres 50+ e a importância da psicoterapia – Canva Fotos

A chegada dos 50 anos traz uma série de transformações. Para muitas mulheres, esse é um período marcado por mudanças na identidade pessoal e profissional. A aposentadoria, a saída dos filhos de casa (o chamado “ninho vazio”) e até a necessidade de recomeçar em uma nova carreira podem gerar incertezas e questionamentos profundos.

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Essas dúvidas são comuns e fazem parte de um processo natural de transição. No entanto, sem o suporte adequado, podem levar a sentimentos de perda, ansiedade e até depressão. Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que aquelas que já passaram dos 50 anos têm maior propensão a desenvolver transtornos de humor devido a mudanças hormonais e sociais.

A importância da psicoterapia na redescoberta da identidade

A psicoterapia oferece um espaço seguro para que elas explorem seus sentimentos, compreendam suas angústias e redescubram seus potenciais. Roberta Passos, psicóloga, destaca alguns benefícios do acompanhamento psicológico nesse período: “o resgate da autoestima é o primeiro ponto importante nessa jornada. Muitas mulheres passam a se enxergar apenas pelos papéis que desempenharam ao longo da vida (mãe, esposa, profissional). A terapia ajuda a reconstruir uma identidade que vai além desses rótulos”, explica.

“A sequência do tratamento também abordará outras questões como, a gestão emocional e a exploração de novos caminhos. As mudanças podem trazer insegurança e medo do futuro e o processo terapêutico permite acolher essas emoções e transformá-las em impulsos para o crescimento pessoal. Seja no campo profissional, nos relacionamentos ou nos projetos pessoais, a terapia auxilia na construção de novos significados e possibilidades”, diz Roberta.

 Redescobrindo o prazer de viver: mulheres 50+

Para muitas, os 50 anos marcam não um fim, mas um recomeço. Com mais maturidade e liberdade para fazer escolhas, essa fase pode se tornar um período de autodescoberta e experimentação.

Segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a participação de mulheres acima dos 50 anos no mercado de trabalho cresceu 15% na última década, refletindo um movimento de reinvenção profissional e independência financeira. Além disso, a busca por novos aprendizados também está em alta: dados do Censo da Educação Superior mostram que o número de mulheres com mais de 50 anos matriculadas em universidades cresceu 20% nos últimos cinco anos.

“Nos consultórios de psicologia, não são raros os relatos de pessoas que, após um período de reflexão, decidem retomar projetos que haviam deixado de lado: uma nova faculdade, um negócio próprio, um curso de dança ou até mesmo uma mudança radical na carreira. O que antes parecia um encerramento, agora se revela uma nova oportunidade”, explica a especialista.

Além disso, o olhar para si mesma se fortalece. O foco deixa de estar apenas nas demandas externas e passa a incluir um cuidado maior com o próprio bem-estar emocional, físico e mental. Atividades como meditação, esportes, viagens e o contato com novas redes de apoio se tornam parte desse processo de transformação.

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“Esse é um momento muito potente na vida de uma mulher. Quando ela ressignifica sua identidade, percebe que pode construir um futuro alinhado com seus próprios desejos, sem as amarras do que esperam dela”, destaca Roberta.

Um novo olhar para a maturidade feminina

O processo de envelhecimento feminino ainda carrega muitos estereótipos na sociedade. No entanto, cada vez mais, elas têm ressignificado essa fase, provando que a maturidade pode ser sinônimo de reinvenção e crescimento.

Um relatório da ONU Mulheres indica que o empoderamento feminino na maturidade tem ganhado espaço, com políticas públicas e iniciativas privadas incentivando a inclusão dessa faixa etária no mercado de trabalho, na educação e em projetos de empreendedorismo.

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“Buscar apoio psicológico nesse período não é um sinal de fraqueza, mas uma escolha consciente para lidar melhor com as mudanças e assumir o protagonismo da própria história, e, diante das transformações do mundo moderno, em que a longevidade e a qualidade de vida estão em evidência, a tendência é que mais mulheres se sintam inspiradas a escrever novos capítulos, sem medo de recomeçar”, finaliza Roberta.

Sobre Roberta Passos: Roberta atua há mais de 14 anos como Psicóloga Clínica e Psicopedagoga, com especialização em Neuropsicologia pelo IPQ-FMUSP. Atende crianças, adolescentes e adultos em diversas queixas, entre elas dificuldade de aprendizagem

 * Fonte: Assessoria

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