Médico alerta: Uso de celulares está causando dor nas mãos de crianças e adolescentes
Segundo um levantamento, não só a quantidade está crescendo, mas a idade de pequenos com o aparelho está diminuindo; entenda o cenário

Segundo um levantamento, não só a quantidade está crescendo, mas a idade de pequenos com o aparelho está diminuindo; entenda o cenário
Cada vez mais, notamos que o número de crianças com celulares tem aumentado, porém, isso não é só um achismo. Segundo um levantamento do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade de Informação (Cetic.br), não só a quantidade está crescendo. A idade de pequenos com o aparelho está diminuindo também. Além disso, este também pode ser o motivo de estarem sentindo dor nas mãos. Entenda:
O que antes, os pais costumavam presentear seus filhos com celular a partir de uma certa idade, atualmente, o costume mudou. De acordo com a análise, em 2024, 5% de crianças entre zero a dois anos, 20% das que têm entre três e cinco e 36% das que estão na sexta à oitava idade possuem o eletrônico.
E já estamos vendo as consequências disso, pois o Sistema Único de Saúde (SUS) apontou que, nos últimos cinco anos, houve 10.688 atendimentos ambulatoriais, na faixa etária dos sete aos dezessete anos, com diagnóstico de tenossinovite e sinovite – condições que causam dores nas mãos. Ademais, a quantidade cresceu 32,3% entre 2020 e 2024, de acordo com o Sistema de Informações Ambulatoriais (SIASUS).
“O uso constante das mãos para digitar, rolar a tela ou segurar o aparelho pode, em algumas situações, contribuir para o surgimento de dores nas mãos, devido a sobrecarga das estruturas do sistema musculoesquelético. Sinais claros de inflamação nos tendões, músculos e estruturas periarticulares, não são comumente observados. Mas, eventualmente, podem estar presentes, resultando em variados graus de dificuldade de movimentação das mãos. Embora não haja comprovação científica robusta, o uso excessivo de dispositivos móveis é um possível fator de risco para as dores nas mãos”, explicou o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), Rui Barros.
Ademais, de acordo com o especialista, a tenossinovite se manifesta através de dores ao mover os dedos, sensibilidade ao toque, rigidez articular, sensação de calor na região afetada e inchaço.
Outra condição é o chamado Dedo em Gatilho. Apesar de ser mais comum em adultos, casos de crianças e adolescentes têm sido frequentes. No SUS, por exemplo, a quantidade de reclamações de pessoas com sete a dezessete anos, nos consultórios, atingiu 566, um crescimento de 96,5%, se comparado com 2020. “Movimentos repetitivos realizados durante a digitação ou navegação nas telas podem, em alguns casos, sobrecarregar os tendões das mãos, levando à dor e eventual inflamação”, alerta o médico.
Para o profissional, o correto é que os pais controlem o uso de dispositivos eletrônicos e incentivem a mudança de hábitos. “É importante estimular atividades que promovam o movimento natural das mãos, como esportes, brincadeiras ao ar livre e até mesmo a escrita manual, que exige uma variação maior dos movimentos. Precisamos alertar os pais sobre esses riscos. As mãos são essenciais para praticamente todas as atividades diárias, e lesões nessa região podem ter impactos duradouros. Criar hábitos saudáveis no uso da tecnologia agora pode evitar problemas futuros para essa geração”, conclui.