Estudo pode ter descoberto um dos motivos para a fadiga na menopausa; entenda

Segundo a pesquisa, mulheres que tiveram, ao menos, três episódios de menstruação intensa nos seis meses anteriores tinham 62% mais probabilidade de se sentirem cansadas

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Mulheres na menopausa que tiveram, ao menos, três episódios de menstruação intensa nos seis meses anteriores sentiam mais cansaço – Canva Equipes/Africa Images

A menopausa tem ganhado, cada vez mais, atenção. No entanto, no âmbito científico, os estudos sobre essa condição caminham lentamente, mas não deixam de se mostrar essenciais à saúde e bem-estar da mulher. Um exemplo é a pesquisa recente, publicada na revista ‘Menopause‘, que revelou uma ligação entre sangramentos menstruais intensos e a sensação de fadiga em mulheres na pré-menopausa e perimenopausa.

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Relação entre menopausa e fadiga

O levantamento teve como base os dados de saúde de 2.329 mulheres inscritas no Estudo da Saúde das Mulheres Através da Nação, em 1996 ou 1997. Após analisar dez anos de históricos menstruais e ginecológicos, os pesquisadores compreenderam que aquelas que apresentaram, ao menos, três episódios de sangramento menstrual intenso nos seis meses anteriores, tinham 62% mais probabilidade de ficarem cansadas e 44% mais de se sentirem desgastadas. Já os relatos de três ou mais casos de sangramento prolongado reduziram em 32% a disposição.

Demonstrando avanços, essa descoberta é a primeira a avaliar a associação entre a menstruação intensa e a fadiga. De acordo com os pesquisadores, esses dois fatores se relacionam através da deficiência de ferro e da anemia ferropriva, causada pela perda de sangue. A anemia ocorre quando o corpo não possui glóbulos vermelhos ou hemoglobina suficientes para transportar oxigênio, ocasionando a deficiência de ferro e gerando cansaço.

Em entrevista à ‘CNN‘, a diretora médica da ‘The Menopause Society‘, Stephanie Faubion, explicou que não há certeza, contudo, que o quadro clínico seja o único responsável pela falta de disposição. Isso porque a pesquisa não possuía o ferro sanguíneo das participantes, que poderia verificar a possibilidade. Além disso, seria preciso sangrar em quantidades exorbitantes para se tornar anêmica.

Médicos devem questionar sobre fadiga

Aos médicos, o estudo recomenda analisar o histórico de sangramentos intensos ao avaliar queixas de fadiga e testar os níveis de ferro nas pacientes. Caso a anemia seja diagnosticada, o tratamento envolve o controle do sangramento e a reposição de ferro, normalmente com suplementos orais.

“O sangramento uterino anormal nunca deve ficar sem avaliação e precisa de alguém para investigá-lo. Porque o que arriscamos perder não é apenas a anemia, que pode causar fadiga, mas também pode ser um sinal de alerta precoce de câncer”, afirmou Faubion.