Mães estão se arrependendo de expor os filhos nas redes sociais

Por que você publica fotos do seu filho na Internet? Se sua resposta for para que sua família e amigos possam ver o crescimento dele, talvez deva repensar. Isso porque diversos pais estão se arrependendo de terem compartilhado tanto conteúdo da criança nas redes sociais, já que algumas até viraram memes. Entenda mais através da opinião de especialistas:

Álbum de família compartilhado

Você, provavelmente, se lembra do meme da Chloe, a menininha que fica olhando de um jeito desconfiado para as pessoas. Sua mãe, Katie Clem, se arrependeu do compartilhamento das imagens da pequena. “No começo foi muito divertido. Você entra nesse mundo e diz sim para tudo. No início, não incluí de forma alguma o consentimento das minhas filhas. Nós fazíamos porque você fica preso nisso tudo. Com o tempo, percebi que era demais para elas e senti que ninguém estava se beneficiando com isso. Hoje, é como ver fotografias antigas de família que todos também podem desfrutar”, contou ao jornal ‘La Nación‘.

Compartilhamento exacerbado

De acordo com um levantamento da Nominet, uma empresta britânica, adultos publicam cerca de 195 fotos anualmente de crianças com menos de cinco anos de idade. Sobre isso, a professora de Direito da Universidade da Califórnia, Stacey Steinberg, chama atenção para o fato de os responsáveis se preocuparem tanto com o contato dos pequenos nas redes sociais, mas não fazerem ideia dos riscos do sharenting (termo utilizado para definir o fenômeno deste tipo de compartilhamento).

“São tão novos e já têm sua própria identidade digital, no Instagram, muito antes de darem seu primeiro passo. Além disso, quando tiramos uma foto e compartilhamos na mesma hora, nós saímos daquele momento e deixamos as pessoas que estão bem na nossa frente. Muitas vezes essas pessoas são nossos próprios filhos”, alertou durante uma palestra ao TEDx.

Invasão de direito

Na maioria das vezes, os pais não perguntam aos filhos se eles querem aparecer no meio virtual e isso, para a psicóloga Laura Quadros, é uma invasão ao direito da criança se reservar. “Essa exposição pode gerar desconforto e, sobretudo, uma quebra de confiança da criança em relação àqueles que deveriam zelar por ela. Dependendo do tipo de publicação, pode se sentir ridicularizada ou estereotipada, deixando marcas na sua autoestima a longo prazo”, detalhou em entrevista ao ‘O Globo’.

O que fazer?

Sabemos que essa reportagem possa ter te dado um choque de realidade e, agora, você está pensando no que fazer. Então, aqui vão algumas dicas de especialistas.

• Cautela: Sim, tudo bem você querer compartilhar o desenvolvimento do seu filho, mas é necessário ter em mente que as redes sociais podem afetar a formação dele, ainda mais porque crianças e bebês não podem ter suas escolhas.
• Preservação: Quando for tirar fotos ou fazer vídeos, preserve o rosto do pequeno. Ademais, prefira fotos em família do que só dele.
• Conta única: Por fim, não faça uma conta somente para publicar conteúdo dele.