A constelação familiar além dos seus relacionamentos de sangue

Apesar de o nome indicar apenas um significado, a constelação familiar consegue abordar diversos campos além dos relacionamentos com as pessoas que têm seu sangue. E, para te explicar, em detalhes, como a abordagem terapêutica pode te ajudar nos âmbitos da vida cotidiana – que vão desde o trabalho até sua saúde – convidamos a terapeuta transpessoal e consteladora, Juliana Lotumolo.

Esteja inserido nas suas diversas dimensões

De acordo com a especialista, a constelação familiar pode contribuir para diversos campos, pois é necessário saber seu devido lugar para, então, se expressar para o mundo. “Para estar inserido nas suas diversas dimensões, é necessário, primeiramente, estar no seu campo do sistema familiar. Ser a pessoa que traz a devida colocação e conceito. Então, hoje, tanto no profissional, financeiro, quanto na saúde, você pode usar o olhar sistêmico das constelações familiares para você seguir por caminhos de soluções”, explica.

Entenda melhor

“Em alguns casos da constelação, que vêm com o âmbito profissional de não conseguir se enquadrar, ou não conseguir retorno daquilo que faz para o mundo, muitas vezes, está faltando um pai. Aquele que, talvez, possa não ter sido o homem da mamãe. Desta forma, ele foi excluído por não ter sido o parceiro ideal. Por outro lado, ele sempre vai ser o pai. Não importa se ele não pôde estar presente ou não tenha sido o que sua mãe e sua criança queriam. Ele é o pai“, exemplifica Lotumolo.

“E, quando conseguimos colocar o pertencimento de todos que estão ali, é possível preencher nosso coração. E aí, com o coração preenchido por todos, e no seu lugar, você pode exercer o dar e o tomar, e que tem muito a ver com o adulto profissional, que dá ao mundo tudo o que tem de habilidade no servir e toma dele como retorno”, finaliza.

O que é a constelação familiar?

A definição da constelação familiar é uma abordagem terapêutica que envolve campos de energia. “Se fossemos traduzir literalmente do alemão, a palavra seria colocação. Resumidamente, é a oportunidade de nós, como seres energéticos, nos colocarmos dentro do sistema, com todo o potencial, no nosso lugar. Claro, olhando tudo o que veio antes para que possamos encontrar o fluir da vida que começou há muito tempo”, ressalta a especialista.

Como surgiu ?

Para entender melhor, primeiramente, é preciso saber como ela surgiu. “O grande criador, Bert Hellinger, bebeu de diversas fontes, desde o psicodrama, passando pela análise transgeracional, até a terapia familiar. Através desses estudos, ele viu que existem três leis que movem qualquer relacionamento e posicionamento na vida. Ele as chamou de ‘Lei do Pertencimento‘, ‘Lei da Hierarquia‘ e ‘Lei do Equilíbrio entre o Tomar e o Receber‘”, detalha.

Quando essas leis estão em ordem, estamos no nosso lugar e ganhamos o fluir da vida. “Todos nós temos a capacidade de desenvolver e dar algo ao mundo, como uma habilidade. E, assim, chegamos ao nosso lugar. Porém, se não conseguimos fazer isso, é porque algo está emaranhado, alguma lei foi desobstruída. No caso de um campo das constelações familiares, é possível reverter este quadro”, conclui.

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