Médiuns: como é a rotina de quem conversa com os mortos?

Quem tem mediunidade é capaz de ser uma ponte entre as almas dos mortos (seres desencarnados) e dos vivos (encarnados)

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Médiuns argentinos revelam métodos de atendimento – Canva

O vazio deixado pela morte súbita é imensurável. Não há pessoa no mundo que não reconheça que, na ausência inesperada de um ente querido, uma parte do seu presente se desfaz. Embora pareça romântico, poder dizer adeus a alguém é essencial no futuro da vida. É por isso que os médiuns, pessoas que afirmam ter o dom de se conectar com os mortos, ganharam tanto destaque nos últimos anos.

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Antes, eram personagens considerados ‘obscuros’. Eram procurados por um conhecido de um conhecido, quase como se fosse um ato criminoso. Assim, era um meio cercado de desconfianças em meio ao charlatanismo em vigor. Porém, o que mudou?

O sucesso dos médiuns

Atualmente, e graças às redes sociais e, portanto, maior divulgação sobre o Espiritismo, estão à distância de uma mensagem. No entanto, em vez de se esconderem e reconhecerem culposamente as suas virtudes, estão à mostra, acessíveis. Eles sabem que têm poder e não hesitam em exercê-lo. Quem procura atendimento, sai com a certeza de que reencontrou quem procurava.

Monica perdeu a filha no ano passado na Argentina. Tinha apenas 20 anos e estudava Psicologia. Repentinamente, um câncer atacou seu corpo. Sete meses após sua partida, ela precisava saber se tudo havia corrido bem.

“A médium me contou coisas muito específicas que só ela e eu sabíamos. Ele até apontou um móvel da minha casa onde havia deixado alguma coisa. Ele disse que ouviu cada palavra que eu disse a ele no último dia e que um bebê estava para nascer na família e que esse era o seu nome”, relatou.

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Monica teve certeza de que a mensagem era realmente da filha. “Todos os dados eram precisos. Eu não tinha dúvidas de que ela estava naquela sessão. Saí com a alma aliviada.”

Raio X do trabalho de Noelia Pace 

Noelia Pace é uma das médiuns mais conhecidas da Argentina. Ela não hesita em dar entrevistas e promover encontros em teatros com ingressos que custam cerca de 20 mil pesos. “Comecei em 1997 por carta e telefone. Na semana passada conectei uma menina da Arábia com o pai dela que morreu no Uruguai e estou em Mar del Plata, onde moro atualmente.”

Ela não faz mais do que cinco sessões por dia, quatro vezes por semana. “Nunca aconteceu comigo que eu não conseguisse me conectar com uma alma. O que peço muitas vezes é um pedido de desculpas porque transmito coisas hostis. Uma vez, vieram duas irmãs e a alma de um parente me explicou por que abusou de uma delas e elas não tinham conversado sobre isso. Para elas foi libertador, mas o momento foi muito triste.”

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Por fim, quando questionada sobre seu dom, afirma: É algo natural. Uma vibração em evolução mais elevada.”

Leonardo: “Ética e honestidade”

Entre as inúmeras contas de médiuns no Instagram, surge a figura de Leonardo. Ele conta como descobriu a mediunidade:

“Uma vez cheguei em casa e minha esposa estava falando ao telefone e senti alguém próximo da pessoa com quem eu estava conversando. Sem saber quem era, pedi o telefone e comecei a contar coisas para ele, ‘aqui está um amigo seu que te conta isso e aquilo’, e a pessoa que estava no telefone me dizia sim o tempo todo. Lá entendi que além de um presente poderia ser um serviço”, comenta.

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Sobre sua consulta, ele explica: “A sessão tem que ser honesta e ética. Preciso que não me digam nada nem me mostrem fotos porque me condicionam. Quando gente famosa me liga eu digo que, como a vida deles está na internet, eles decidem o que fazer, porque se o que se sabe sobre eles sair na sessão, eles podem duvidar e não estou interessado que duvidem.”

Método de um jovem médium

Jonathan Jiménez é um dos mais jovens médiuns reconhecidos atualmente na Argentina. Tal como os seus colegas, ele fala sobre o que acontece quando tem uma mensagem de um ente que desencarnou: Não mudo minha voz nem minha fisionomia. Nunca digo banalidades, como ‘seu pai me diz que está com você’, ‘sua mãe está sempre ao seu lado’. Qualquer um pode dizer isso. Eu verifico isso com dados”, conclui.

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