Qual a diferença entre estágios terminal e paliativo?
O caso da influenciadora Isabel Veloso fez com que a dúvida entre os dois estados surgisse; por isso, chamamos o médico Dr. Vital Fernandes Araújo para explicar as diferenças
O caso da influenciadora Isabel Veloso fez com que a dúvida entre os dois estados surgisse; por isso, chamamos o médico Dr. Vital Fernandes Araújo para explicar as diferenças
Isabel Veloso é uma jovem influenciadora de 18 anos que, em 2021, foi diagnosticada com linfoma de Hodgkin – câncer que surge no sistema linfático. E, recentemente, ela compartilhou, em sua conta do Instagram, que a doença, que antes estava em estado terminal, passou a ficar em cuidados paliativos. E, para entender melhor a diferença entre estágios terminal e paliativo, chamamos o médico Dr. Vital Fernandes Araújo para te explicar.
Segundo o especialista, o estágio terminal é quando o paciente está em uma fase em que não existe tratamento que possa modificar o curso da doença. Neste momento, há a expectativa que ela progrida naturalmente até a morte. Usa-se o termo cuidados paliativos, por sua vez, para designar um conjunto de técnicas, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do paciente. “O foco vai para o alívio da dor, controle dos sintomas, bem-estar psicológico, social e espiritual, independente do prognóstico ou estado da doença”, explica.
É possível mudar de um estágio para o outro? O médico afirma que sim. E primeiramente, é importante ressaltar que todo paciente em estágio terminal é elegível para cuidados paliativos, mas nem todo paciente sob cuidados paliativos está em estágio terminal. “Como os cuidados paliativos independem do estágio da doença, o paciente pode ter o seu prognóstico reavaliado de acordo com a progressão da doença. Isso é feito pela equipe médica que acompanha o caso, esse é um processo individual e imprevisível”, detalha.
Além disso, existem casos em que, mesmo em estado terminal, a doença se estabiliza. A causa varia entre diversos fatores. “Existem, inclusive, casos mais raros em que há uma remissão espontânea. Pois, quando um paciente é classificado como terminal, não significa que ele terá uma morte iminente, mas que ele está em uma condição de saúde em que os tratamentos são escassos. Não se espera que eles alterem o curso natural da doença, que leva ao óbito, mas esse processo varia bastante de doença para doença”, esclarece.
“Eles envolvem uma série de medidas para garantir o bem-estar do paciente que variam de caso para caso. Como alguns pontos importantes, tais quais o manejo da dor, sintomas mais graves, problemas de ordem mental, como depressão, através do suporte psicossocial ao paciente e à família, incluindo também suporte espiritual de acordo com as crenças de cada paciente. Mas, no geral, esses cuidados variam bastante em cada situação”, conclui.
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