Crianças e a febre maculosa: como proteger seu filho da doença?
Infectologista pediátrico tira as principais dúvidas sobre a febre maculosa e dá dicas para proteger seu filho da doença
Infectologista pediátrico tira as principais dúvidas sobre a febre maculosa e dá dicas para proteger seu filho da doença
O surto de febre maculosa que causou quatro óbitos em Campinas, São Paulo, tem gerado grande onda de preocupação pelo país. Por isso, Victor Horácio de Souza Costa Júnior, infectologista do Hospital Pequeno Príncipe, o maior exclusivamente pediátrico do país, tira as principais dúvidas sobre a doença e explica se há diferença nos sintomas de adultos para crianças.
A febre maculosa é uma doença infecciosa, de caráter febril, aguda e que pode se manifestar de forma leve ou levar a quadros graves. “A doença é causada por uma bactéria do gênero riquétsia e é transmitida pela picada de carrapatos, principalmente o carrapato-estrela, encontrado em animais como capivaras, bois e cavalos”, explica o profissional.
“Vale ressaltar que a transmissão da doença não acontece de pessoa para pessoa, nem de animal hospedeiro para ser humano. Ela só vai acontecer se ocorrer a picada do carrapato infectado”, continua.
A resposta é sim. Não há uma diferenciação de sintomas de crianças para adultos. O infectologista destaca que é preciso estar atento a sinais que a doença apresenta, como:
Além desses, os quadros de febre maculosa podem apresentar sintomas mais graves. “A doença tem uma alta taxa de letalidade, então os pacientes infectados também podem ter complicações sistêmicas mais graves, como edema generalizado, insuficiência renal, manifestações neurológicas e até mesmo alucinação. Também podem ter fenômenos hemorrágicos, inflamação do músculo cardíaco, quadro de pneumonia com insuficiência respiratória, quedas de pressão e até mesmo levar a óbito”, diz Victor Horácio.
Os sintomas da febre maculosa podem ser confundidos com os de outras patologias, e o resultado laboratorial do exame que confirma a doença pode demorar até 60 dias em algumas situações. Então é fundamental buscar atendimento médico imediato ao observar qualquer sinal, que pode surgir entre dois e 14 dias após a picada do carrapato, principalmente se a pessoa tiver frequentado um local considerado de risco.
O tratamento é feito com a administração de antibióticos e, quanto antes for iniciado, melhor será a recuperação do paciente. “Essa doença é muito grave, então é importante lembrar que o tratamento com o antibiótico deve ser iniciado já na suspeita”, ressalta Victor Horácio de Souza Costa Júnior.
Ao circular em áreas de risco ou que tenham a presença de animais hospedeiros do carrapato-estrela, é fundamental redobrar cuidados. Algumas sugestões são:
Ao notar a presença de um carrapato, não esprema. Retire o animal quanto antes com o auxílio de uma pinça e lave o local com álcool ou água e sabão.