Chás diuréticos: você faz uso da forma correta?
Na coluna dessa semana, o farmacêutico homeopata Jamar Tejada falou sobre o consumo de fitoterápicos diuréticos e seus efeitos no corpo humano
Na coluna dessa semana, o farmacêutico homeopata Jamar Tejada falou sobre o consumo de fitoterápicos diuréticos e seus efeitos no corpo humano
Quando o assunto é emagrecimento, muitos pensam em tomar um chazinho ou mesmo um medicamento diurético, até porque acreditam, ou pelo menos querem acreditar, que o problema não seja a gordura acumulada, mas, sim, o excesso de líquidos.
Obviamente, a má alimentação, atrelada ao excesso de sódio, o sal, ou a incapacidade do organismo para eliminá-lo de forma correta, podem ser consequências desse inchaço. Mas será que o uso de diurético realmente faz bem e pode levar à perda de peso?
É considerada diurética qualquer substância que aumente o volume de urina produzida e que ajude a eliminar o excesso de água acumulada nos tecidos, como a cafeína, o álcool, ou até as plantas, como chá-verde, cavalinha, dente-de-leão, hibisco, funcho, etc. Vale mencionar também os medicamentos diuréticos. Dentre os principais, estão: furosemida, hidroclorotiazida, espironolactona, amilorida, hidroclorotiazida e espironolactona.
Existem várias classes de diuréticos, cada uma com um mecanismo de ação. O que há de comum entre todos os diuréticos é o fato deles aumentarem a excreção de água pelos rins, que geralmente se dá como resposta a um aumento da perda de sódio nos túbulos renais.
Os medicamentos diuréticos são indicados, principalmente, para o tratamento da hipertensão e dos quadros de edema (inchaços) que estão relacionados a um excesso de sal no organismo, e como consequência, provocam a retenção de água.
Independentemente do tipo de diurético que se faça uso, para que ele desempenhe o seu papel no organismo, é preciso que limite a ingestão de sal durante o uso do medicamento. Não adianta nada o diurético provocar um aumento na eliminação de sal pelos rins se você está se entupindo de sal na sua dieta. É preciso sair mais sal na urina do que a quantidade que é consumida pela dieta. Essa conta tem que fechar!
Entre as doenças que podem ser tratadas com medicamentos diuréticos, algumas se destacam:
É preciso alertar que quadros de “retenção de líquidos” que não fazem parte de uma doença devidamente diagnosticada não devem ser tratados com diuréticos. Isso inclui, por exemplo, os inchaços que ocorrem no período pré-menstrual. Quero lembrar ainda que o uso de diuréticos sem indicação pode provocar um efeito contrário, criando inchaços e dependência do fármaco.
Mas não vou entrar nos medicamentos alopáticos diuréticos, e, sim, nas plantas que costumam ser utilizadas sem controle, uma vez que são consideradas mais seguras que os fármacos tradicionais.
É importante que você saiba que os chás com efeito diurético não devem ser utilizados para emagrecer, pois não contribuem diretamente para a diminuição da gordura corporal e nem do peso. Elas apenas eliminam água do corpo, reduzindo o peso corporal sem efetivamente emagrecer. Ninguém fica mais magro com diurético, apenas mais desidratado. Além disso, o seu consumo deve ser controlado, pois há um aumento da perda de água, havendo também a perda de potássio e de sódio – que são minerais fundamentais para o bom funcionamento do organismo.
Não estou concluindo que você não deva recorrer aos chás e infusões. Pelo contrário. Sabemos dos inúmeros benefícios das plantas para nossa saúde com seus inúmeros fitoquímicos, além de nos manter hidratados. O que é preciso é ter atenção no uso de chás e infusões com efeito diurético. E esse deve ser moderado. Sempre se aconselhe com um profissional de saúde habilitado.
Pensando no benefício dos chás e infusões, temos que ter em mente que uma planta não deixa de ser um verdadeiro arsenal de medicamentos, os princípios ativos contidos nelas, os chamados fitoquímicos que são muitos e podem ter efeitos positivos e negativos sobre nosso organismo, por isso a importância da correta orientação para a planta certa e a dose certa.
Vejamos de forma mais detalhada alguns dos compostos presentes no chá. Lembrando que, quando falamos em chá, estamos nos referindo à bebida feita a partir da infusão da planta Camellia sinensis, como o chá branco, chá-verde, chá amarelo, chá Oolong, chá-preto e ao chá escuro, em infusões.
Catequina: com propriedades antioxidantes, antibacterianas, antialérgicas e anticancerígenas, ajuda na prevenção de doenças cardiovasculares, pois inibe a agregação plaquetária, além de atuar na ativação do sistema imunológico e na redução dos níveis de colesterol.
Taninos: aliviam os efeitos da diarreia e de distúrbios gastrointestinais.
Flavonoides: antioxidantes, retardam o envelhecimento das células produtoras de insulina e neutralizando radicais livres.
Cafeína: estimula a atividade cardiovascular e a circulação sanguínea, reduz a sensação de fadiga e aumenta da atividade motora. Também pode afetar a qualidade do sono. A concentração de cafeína no chá é inferior à encontrada no café e depende de vários fatores. Entre eles, a espécie de folha de chá, as partes do rebento da planta utilizadas e o local de cultivo.
Teanina: melhora as capacidades cognitivas e de memória.
Vitaminas: entre as várias presentes, destacam-se a vitamina C, K, B1 e a riboflavina (vitamina B2), que se mantém durante o processamento do chá.
Fluoretos: estão relacionados com a formação do esmalte dentário e a prevenção das cáries. As infusões de chá-verde (Camellia sinensis) apresentam uma quantidade substancial deste elemento e o seu consumo pode contribuir para as necessidades diárias (3 a 4 miligramas).
Cavalinha: uma planta nativa do hemisfério norte, rica em Cálcio, vitamina C, Ferro, Magnésio, Dióxido de Silício, entre outros minerais. Tem ação diurética e permite a eliminação de substâncias tóxicas, anti-inflamatória e ação remineralizante que é atribuída ao silício e estimula a biossíntese de fibras colágenas e de elastina, preservando a elasticidade e tonicidade do tecido cutâneo.
Cactus Opuntia ficus: é um dos meus preferidos. Popularmente chamado de figo da Índia, esse é um tipo de cacto muito comum no México, que tem efeito diurético. Auxilia na eliminação do excesso de fluidos sem a perda de minerais e tem uma potente ação antioxidante, já que contém polifenóis.
Hibiscus: as flores são fonte de polifenóis, flavonoides e antocianinas, que atuam como antioxidantes e têm contribuído para as ações de proteção cardiovascular. Apresentam ação diurética e laxativa leve e atuam como um ótimo coadjuvante na perda de peso.
Alcachofra: é indicada para problemas hepáticos, atua como diurético e como coadjuvante nos regimes de emagrecimento. Tem também ação desintoxicante e auxilia na eliminação de toxinas e outros resíduos acumulados no organismo.
Abacateiro: usado como carminativo (elimina gases intestinais), melhora a digestão das gorduras e possui ação diurética e anti-inflamatória. Ainda, contém alto teor de vitamina E, um poderoso antioxidante que age inibindo a formação de radicais livres que ajuda a diminuir os sinais de envelhecimento.