Geleia real: propriedades medicinais afrodisíacas, rejuvenescedoras, fortificantes e mais; conheça o produto poderoso

Jamar Tejada explica o que é a Geleia Real, tão aclamada e tão potente para o corpo humano, na coluna desta semana

Geleia real: para o uso humano, são atribuídas propriedades medicinais afrodisíacas, rejuvenescedoras, fortificantes, entre outas – PEXELS

Lembro bem, quando criança, da minha mãe com um potinho na mão, dizendo: “- Isso aqui é geleia real! Não é para passar no pão! É muito caro, muito forte e engorda muito! É pra usar só uma pitadinha e eu que sirvo pra vocês!”.

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Bom, como geminiano nato que sou, dizer NÃO se traduz para “eu quero” no mesmo instante no meu cérebro! Óbvio que eu iria atacar a tal geleia, ainda mais sabendo que ela era da realeza! Para mim, geleia real era uma “geleia de mel” retirada de algum jardim real, por isso era caríssimo! Nessa época eu era um menino muito magro, franzino e meu sonho era ganhar peso. Para se ter uma ideia do meu empenho, para engordar eu fazia batida de abacate com 3 ovos crus, com um pequeno detalhe: não retirava a casca! Quando eu engolia aquilo parecia uma pasta de areia. Imagina então se não iria roubar a tal geleia da geladeira da minha mãe!?

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Embora suas propriedades sejam conhecidas a séculos, só ficou famosa quando um médico francês em 1953 a 1954, salvou a vida do papa Pio XII e o manteve com um certo vigor durante muitos anos, com o uso desta. 

Bom, primeiro começo dizendo que a geleia real não é uma geleia produzida nos jardins da realeza, a geleia real é uma secreção produzida pelas abelhas operárias e que serve de alimento para a abelhinha em sua fase larval – e a proteína 57-kDa encontrada na geleia real é ingrediente ativo que culmina na transformação de uma larva de abelha em rainha, segundo um estudo publicado na última edição da revista “Nature”.  

Lá vou eu as aulas de biologia… As larvas de abelha fêmea da espécie Apis melífera, usada para produzir o mel comum nos supermercados, podem se transformar tanto em uma operária estéril quanto em uma rainha, que é fértil e possui um corpo mais longo, além de uma evolução mais rápida e vida muito mais longa. A rainha põe ovos fecundados que dão origem às operárias, enquanto os não fecundados transformam-se nas abelhas macho, os zangões, ou seja, os machos das abelhas não têm pai, vou explicar melhor abaixo. 

Essa proteína 57- kDa existente na geleia real é a responsável pela diferenciação entre as abelhas operárias e a rainha. Os cientistas já sabiam que a dimorfismo das abelhas fêmea se baseia no consumo de geleia real e que não depende de diferenças genéticas, mas o ingrediente ativo e o mecanismo que guia o desenvolvimento das abelhas rainha não eram muito conhecidos. 

Entendendo a vida na colônia

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Na colônia da Apis melífera, há fêmeas (rainha e operárias) e machos (zangões), só que enquanto existe apenas uma rainha, há milhares de operárias – e algumas centenas de zangões, onde a rainha é a única fêmea fértil da colônia com o dobro de tamanho em relação às outras, sua função principal é botar ovos, em torno de 2,5 mil por dia. Até o terceiro dia, todas as larvas comem geleia real, mas a partir do quarto dia, a divisão acontece: as larvas que virarão operárias adotam uma dieta diferente, rica em pólen. Já as rainhas continuam com a dieta especial e vão para as realeiras, um “berço” maior para comportá-las.  

Com cinco dias de vida, a rainha, ainda “virgem”, realiza o chamado voo nupcial. Ali, é o maior oba-oba: em pleno ar, ela copula com vários zangões e volta para a colônia cheia de espermatozoides. Depois, passa o resto de sua vida botando e costuma realizar um outro voo apenas para fundar uma nova colônia.   

Os espermatozoides são usados ao longo da vida da rainha (que pode durar de quatro a oito anos). As rainhas possuem um órgão, a espermateca, que funciona como um banco de sêmen. Na hora de botar os ovos, a rainha tem total controle sobre o sexo das larvas. Para botar abelhas fêmeas, a rainha libera um óvulo e o fertiliza com um espermatozoide guardado na espermateca. Já para botar machos, o canal da espermateca é fechado. O óvulo, então, não é fecundado – e os zangões carregarão apenas os genes da mãe.

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É por isso que os machos das abelhas não têm pai. Esse processo de gerar um indivíduo a partir de um óvulo não fecundado se chama partenogênese – e acontece também com vespas e formigas. Esses insetos formam a ordem “Hymenoptera”. Mas é claro que há exceções, como a Apis mellifera capensis, a abelha-do-Cabo.  

Geleia real em humanos

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A geleia real é uma pasta mole, esbranquiçada, com a consistência de leite condensado, ácida e de cheiro característico, se nas abelhas funciona como um super tônico, relacionado à longevidade e à fertilidade é óbvio que iria despertar interesse em pessoas que acreditam na produção de efeitos similares em seres humanos, começando por esse que vos escreve! 

E o que contém nela?

O estudo sobre as vitaminas mostram que a geleia real apresenta vitamina A, C, D, H, E (tocoferol), B1 (tiamina), B2 (riboflavina), B6 (piridoxina), B12, ácido fólico, ácido pantotênico, biotina, inositol, colina e PP. Os minerais presentes na geléia real são: enxofre, magnésio, ferro, zinco, cobre, arsênico, lítio, cobalto, manganês, níquel, cromo, fósforo e nitrogênio. Os aminoácidos que a constitui são: alanina, ácido amino-butírico, histidina, hidroxiprolina, aspargina, leucina, lisina, peucinalisina, metionina, ornitina, isoleucina, arginina, fenilalanina, prolina, valina, felina, serina, taurina, treonina, ácido aspártico, cistina, glutamina, triptofano, tirosina e glicina  A geleia real ainda apresenta em sua composição o hormônio juvenil (HJ), responsável por regular o crescimento, o desenvolvimento, a metamorfose e muitos aspectos do comportamento, na maioria dos insetos avançados, sem esquecer da proteína 57-kDa já citada acima! Tá pouco ou quer mais? 

Mais quais as propriedades?

Para o uso humano, são atribuídas propriedades medicinais afrodisíacas, rejuvenescedoras, fortificantes, ótimas para o crescimento e desenvolvimento de crianças; especiais para a longevidade das pessoas; estimulantes do apetite; vitalizadoras, para aumentar as defesas orgânicas, etc. Para uso local, apresenta ótimas propriedades para o tratamento de pele.

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Nos usos terapêuticos, a geleia real tem sido recomendada para casos de cansaço, astenia, falta de apetite, esgotamento físico e mental, transtornos de comportamento, deficiência de crescimento e desenvolvimento da puberdade e na adolescência, nas anemias, amenorreias e na debilidade senil. Já eu uso para tudo isso descrito acima e ainda pelas propriedades antialérgicas que ela desenvolve no nosso organismo! Para minha rinite e sinusite foi uma beleza! 

Como usar?

Da forma que minha mãe indica: uma pitadinha ou uma pontinha da colherzinha de chá ao dia! Eu particularmente não acho interessante fazer uso dessa forma, porque além de poder ser facilmente contaminado não há certeza da dose utilizada.  

Você pode solicitar em uma farmácia de manipulação cápsulas de geleia real, onde a dosagem deverá ser prescrita pelo farmacêutico, nutricionista ou médico. Além de ter a dosagem correta, evita contaminação por microrganismos além de não ter que provar aquele gostinho apetitoso da geleia!


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