É quase instantâneo: Quando observamos outra pessoa bocejar, logo fazemos a mesma coisa. Muitas vezes, nem estamos cansados ou com sono. Simplesmente acontece! Este fenômeno desperta curiosidade e leva a questionamentos sobre suas causas. Vamos entender o que dizem os pesquisadores.
Estudos realizados pela Universidade de Nottingham, na Inglaterra, lançaram luz sobre esse comportamento peculiar. Pesquisa publicada na revista Current Biology revelou que o bocejo contagioso é um reflexo primitivo desencadeado no córtex motor primário do cérebro, uma área responsável por funções motoras. Mas por que exatamente isso acontece?
O que nos leva a bocejar?
O cérebro humano possui uma estrutura fascinante chamada córtex pré-motor, que abriga os chamados neurônios-espelho. Esses neurônios são responsáveis por imitar automaticamente ações ou palavras de outras pessoas, um fenômeno conhecido como ecofenômeno. Quando observamos alguém bocejar, esses neurônios são ativados, levando-nos a imitar o ato de bocejar.
Os neurônios-espelho não se limitam apenas ao bocejo. Eles também desempenham um papel importante em outras reações sociais, como o riso. Assim, quando alguém ri, a tendência é que outras pessoas ao redor também comecem a rir, mesmo que não saibam o motivo da risada. Isso ocorre porque os neurônios-espelho armazenam memórias de comportamentos e os reproduzem em situações semelhantes.
Uma característica interessante do bocejo contagioso é a dificuldade em resistir a ele. Quando alguém tenta suprimir um bocejo, a necessidade de bocejar pode se intensificar. Isso ocorre porque o ato de tentar conter o bocejo ativa ainda mais os neurônios-espelho, aumentando a propensão a bocejar.
Além dos humanos, outras espécies também apresentam bocejos contagiosos. Estudos mostram que chimpanzés e cães são suscetíveis a esse fenômeno. Em suma, o bocejo contagioso pode ter raízes evolutivas profundas, possivelmente relacionadas à comunicação social e empatia entre os membros de um grupo. Deu para entender – sem bocejar?