Ceará cumpre decisão do STF e se torna o 1º estado brasileiro a aceitar que homens gays doem sangue
Ter entre 16 e 69 anos e pesar mais de 50kg são algumas das condições para que a pessoa possa doar o sangue
O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) autorizou que homens gays, ou mais especificamente, neste caso, homens que fizeram sexo com homens nos últimos 12 meses, podem doar sangue.
Desde a última quarta-feira, 10, o Estado é o primeiro do país a cumprir a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que classificou como sendo “inconstitucional” a recusa de doações oferecida por pessoas deste grupo. A decisão veio um mês após o órgão público derrubar as restrições para homossexuais.
Em contrapartida, mesmo com a deliberação do STF, o Ministério da Saúde e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) mantiveram a proibição da coleta de sangue de homens gays.
Líderes e ativistas LGBTs exigiram o cumprimento imediado da decisão do STF à Justiça. Sendo assim, o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) findou que a decisão fosse exercida em território estadual.
Os hemocentros públicos ou privados têm a responsabilidade de divulgar as alterações nos critérios e protocolos para toda a população. A esperança é que o número de doações sanguíneas cresça após esta ordem.
RESTRIÇÕES
Podem doar sangue as pessoas entre 16 e 69 anos, sendo que os menores de 18 só podem doar com consentimento formal dos responsáveis. Além disso, o limite superior para a primeira doação é 60 anos, ou seja, quem tiver 61 anos ou mais e nunca doou não pode doar mais.
Pessoas que pesam menos de 50 kg, andam demonstrando sinais de resfriados e sintomas parecidos com gripe não devem comparecer aos hemocentros. Em caso de contato direto com alguém que testou positivo para o coronavírus, há a necessidade de esperar ao menos 30 dias para doar.
INDICAÇÃO DE VÍDEO
Drauzio Varella compartilhou há 4 anos um vídeo em seu canal no YouTube que ilustra bem o porquê dos homossexuais não poderem doar sangue no Brasil. “Sobraram alguns desses conceitos preconceituosos do passado. Quando nem havia o teste [do HIV], o simples fato de ser homossexual colocava a pessoa em suspeita para doar sangue, por exemplo. Como a doença pegou mais nos anos 80 entre os homens gays, foi por isso que se criou nos bancos de sangue esta restrição que hoje não tem mais nenhum sentido em existir”. Assista ao vídeo abaixo.
