Luto: Psicóloga explica como lidar com as perdas em meio à pandemia da Covid-19

Profissional responde qual a diferença entre o luto enfrentando durante a quarentena e como contorná-lo

Psicóloga explica como lidar com o luto durante a quarentena – Pixabay

O aumento do número de mortos, vítimas da Covid-19, é realidade para nós, brasileiros. Até este momento, somam mais de 11 mil os falecidos em meio a crise pandêmica no país.

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As cerimônias de sepultamento também passaram por mudanças desde a chegada do vírus, segundo orientações do Ministério da Saúde. Os velórios devem ter no máximo 10 pessoas, respeitando a distância mínima de, pelo menos, dois metros entre elas. O caixão deve permanecer fechado para evitar qualquer contato com o corpo, além de ser recomendado a não permanência no local de pessoas que fazem parte do grupo de risco.

Nitidamente, o luto ganha uma nova roupagem em meio a pandemia do coronavírus. A Bons Fluidos conversou com a psicóloga Livia Marques para entender um pouco mais sobre o sentimento de perda enfrentando durante a crise.

O que é o luto? Existe diferença no luto causado pela Covid-19?

O luto é quando nos deparamos com a perda de uma pessoa e o processo que enfrentamos para entender que aquele indivíduo não está mais aqui, que normalmente é alguém querido. O luto causado pela Covid ele é um luto que não tem o desapego, você não tem o processo de despedida, você não tem o processo do acompanhamento da perda. É algo que não é esperado. Você não imagina que a morte daquela pessoa seja dessa maneira. O mesmo ocorre com a despedida, pois você não pensa que ela partirá sem um velório comum, sem todo o ritual que estamos acostumados.

As pessoas que falecem por Covid tem um enterro com menos pessoas, caixão fechado e com no máximo uma hora. Essa diferença nesse momento e o não poder se despedir poderão gerar a longo prazo sintomas como depressão, entre outros?

Sim, poderão causar sintomas de depressão pelo fato de você não ter conseguido se despedir daquela pessoa da forma que nós estamos acostumados. Além do mais, quando o período de quarentena acabar, será uma outra fase, e aí sim teremos noção da dimensão da perda. No momento da Covid, nós não conseguimos nem ter aquele afeto físico, típico dos brasileiros, das pessoas abraçando, se beijando, recebendo aquela palavra de conforto. Realmente, é diferente.

O que podemos dizer a quem perdeu um parente por Covid?

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Eu acho que é importantíssimo a gente entender a importância das redes sociais ou da tecnologia, para que possamos manter esse suporte de alguma forma. Você dar o suporte significa ligar, perguntar se a pessoa está precisando de algo, perguntar se é possível você ajudar dentro das possibilidades que a gente vive atualmente, oferecer uma conversa, mostrar que está a disposição. E caso a gente perceba que essa pessoa que está passando pelo momento de luto esteja começando a ter perdas, nós precisamos indicar um acompanhamento psicológico, sim, porque a gente junta o momento ansiogênico (quadro depressivo) com o momento do luto.

É importante buscar ajuda psicológica quando não se consegue superar o luto?

Se não houver essa busca, a pessoa não vai conseguir viver de forma produtiva. Eu não falo de dinheiro e valores, mas de autocuidado, autoconhecimento, autoamor. Ela vai se deixando ir. Por isso, é importante ter um acompanhamento psicológico, sim.

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SE VOCÊ ESTÁ SOFRENDO DEVIDO ALGUMA PERDA OU CONHECE ALGUÉM QUE ESTÁ PASSANDO POR UM PERÍODO DE LUTO, EXISTEM ALGUNS CANAIS QUE PODERÃO TE AJUDAR:


Livia Marques; Psicóloga organizacional e clínica com foco em Terapia Cognitiva Comportamental; Formada no Centro Universitário Celso Lisboa, a profissional Lívia Marques possui experiências nas áreas hospitalar, escolar, organizacional e Clínica; MBA em Gestão de Pessoas pela Veiga de Almeida; Mais de 10 anos de experiência na área clínica com atendimentos focados em Terapia Cognitiva Comportamental. Atendimento de crianças, adultos e adolescentes; Atua como palestrante, consultora e professora em cursos na Empresa Psigente onde é Sócia Diretora.

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