Quais cuidados os idosos devem ter no verão? Geriatra responde

Dra. Daniela Gomez, geriatra, traz informações valiosas sobre os cuidados que a terceira idade deve ter na estação mais quente do ano

Quais cuidados os idosos devem ter no verão? Geriatra responde – Foto de Yaroslav Shuraev no Pexels

A estação mais desejada do ano está chegando: férias, viagens, dias lindos e quentes. Mas será que o verão pode trazer algum risco para os idosos? As informações trazidas abaixo são da Dra. Daniela Gomez, geriatra, do SBA Residencial.

Publicidade

Nos Estados Unidos, cerca de 12.000 americanos morrem anualmente em função de problemas relacionados ao calor e a grande maioria destas vítimas tem mais de 60 anos. Isto ocorre porque os idosos são mais suscetíveis às variações de temperatura em função de:

  • Possuírem deficiências na capacidade termorreguladora e, também, menos água corporal total, isto é, menor reserva hídrica e uma maior chance de desidratação;
  • Suarem menos;
  • Apresentarem comorbidades associadas;
  • Utilizarem medicamentos que aumentam a perda hídrica ou que influenciam na termorregulação, tais quais diuréticos;
  • Sentirem menos sede e consumirem menos água;

Além destes fatores, muitos idosos apresentam condições socioeconômicas que dificultam um cuidado adequado, tal como não dispor de aparelhos de ar condicionado ou morar sozinho, o que pode atrasar o atendimento médico precoce.
Confira abaixo as principais consequências clínicas que os idosos podem sofrer com o calor e quais as providências que podem ser tomadas para reduzir estes riscos.

+++ Probióticos naturais e industrializados: há diferença? Qual a melhor indicação? Nutróloga explica

Queimaduras solares

Muitos idosos podem apresentar queimaduras de pele ao ficarem expostos ao sol de maneira excessiva. Para evitar essas lesões, evite tomar sol entre as 10 e 16 horas, use protetor solar e o reaplique a cada 2 horas. Também é recomendado o uso de chapéu e óculos escuros.

Desidratação

A desidratação não causa sintomas nos idosos de forma imediata, o que corrobora para o diagnóstico tardio desta condição. Os principais sinais da desidratação são: pele e mucosas secas, diminuição do volume urinário e mudança na cor (que se torna mais concentrada, alaranjada), fraqueza muscular, tontura, indisposição, irritabilidade, queda da pressão e alterações cognitivas. Muitas vezes, os sintomas clássicos passam despercebidos e o familiar só percebe que existe algo errado, quando o idoso fica excessivamente sonolento e hipoativo e aumenta o risco de complicações como quedas, fraturas, insuficiência renal e episódios de broncoaspiração. Para reduzir a chance de desidratação, é fundamental beber cerca de 2 litros de água por dia. Desde que não exista contraindicação médica, preferir o consumo de saladas e frutas ricas em água e permanecer em ambientes ventilados e arejados. Além disso, é importante evitar exercícios físicos e atividades ao ar livre nos horários de sol intenso.
Insolação e Hipertermia

Publicidade

+++ Viagra pode ajudar no tratamento de Alzheimer, conforme aponta estudo

A hipertermia ocorre quando o idoso fica muito tempo exposto ao sol e ao calor, o que pode provocar aumento da temperatura corporal para níveis acima de 37,5ºC e leva ao aparecimento de sintomas como: pele vermelha, quente e sem suor, dores de cabeça, náuseas, câimbras, contraturas musculares, alterações comportamentais, delírios, convulsões e, em casos graves, coma. Caso identifique esses sinais, é muito importante buscar ajuda médica imediata, remover o idoso para um local fresco, preferencialmente com ar condicionado, fazer compressas frias no rosto e pescoço, retirar as roupas e calçados e oferecer água fria.

Com os cuidados, a observação e a monitoração de nossa população da melhor idade, certamente poderemos aproveitar com saúde o verão.

Publicidade