6 maneiras que a pandemia mudou a forma como enxergamos a vida e tratamos nossa saúde

Com a pandemia, hábitos e temas antes ignoradas chamam mais a atenção e despertam a necessidade de cuidarmos da saúde

6 maneiras que a pandemia mudou a forma como enxergamos a vida e tratamos nossa saúde – Freepik / @wayhomestudio

Desde o começo da pandemia, todos os setores da sociedade foram impactados, mas, principalmente a saúde. Não só apenas de profissionais da área, a população geral também mudou a forma como olha para a vida e para a própria saúde. Por isso, consultamos um time de especialistas que apontaram de que maneira a pandemia influenciou na mudança de como entendemos o nosso organismo. Confira!

Publicidade

6 maneiras que a pandemia mudou a forma de tratarmos nossa saúde

O gerenciamento do estresse nunca foi tão importante!
“Na pandemia, mais do que nunca, nos percebemos apreensivos e ansiosos com o presente e futuro próximo, o que acabou fazendo com que muitos realizassem hábitos e funções no piloto automático, com a cabeça permanecendo sempre ligada e alerta, o que acaba gerando ainda mais estresse. Por isso, gerenciar o estresse e adotar cuidados para manter a sanidade mental tornou-se fundamental para diminuir a incidência de problemas psicológicos e evitar que o sistema imunológico seja afetado”, explica a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita.

Medidas de relaxamento, como a meditação, hábitos prazerosos, incluindo cozinhar e ler, e pausas durante o trabalho foram adotadas por grande parte das pessoas para evitar estresse.

Autocuidado é essencial
Cuidar de nós mesmos, muitas vezes, é deixado de lado, mas, em casa, pudemos ter mais tempo para realizar esses hábitos. Segundo a Dra. Paola Pomerantzeff, dermatologista, na pandemia as pessoas alocaram recursos e tempos para cuidar de si mesmas. “Por meio do cuidado com a pele somos capazes de nos conhecer melhor, aumentar nossa autoestima e bem-estar e ainda diminuir o estresse e a pressão do dia a dia”, diz a médica.

+++ Governo de São Paulo reduz de 5 para 4 meses de intervalo para terceira dose

A saúde oral ganhou mais atenção
Com a pandemia, aprendemos, na prática, como a saúde oral é importante para o organismo já que, se desequilibrada, pode possibilitar outras doenças, inclusive agravando os casos de Covid-19. “Isso porque gengivas inflamadas e problemas periodontais podem provocar a liberação de mediadores inflamatórios na corrente sanguínea, causando uma série de danos. Por exemplo, podem se alojar em lesões pré-existentes nas artérias do corpo e acelerar a formação de placas que colocam em risco a saúde cardiovascular”, explica o Dr. Hugo Lewgoy, cirurgião-dentista.

 “A doença gengival também possui influência negativa sobre o controle glicêmico, contribuindo assim para a dificuldade no controle da glicemia e, consequentemente, para a diabetes”, completa o profissional. 

+++ Conheça a história da idosa que se apaixonou em asilo e se casou pela primeira vez aos 74 anos

Publicidade

O papel da genética na nossa saúde
A genética influencia nossa saúde de diversas formas, inclusive afetando a gravidade de doenças que não são hereditárias, como é o caso da Covid-19. “A maior expressão de alguns genes pode favorecer a infecção pelo Sars-Cov-2 e sua replicação rápida, levando a um quadro inflamatório grave”, diz o geneticista Dr. Marcelo Sady. O médico explica que existem variantes genéticas que podem tornar esses genes mais expressivos e, assim, permitem a inserção do material genético dos vírus dentro da célula com mais facilidade, levando a maior carga viral.

Por isso, os testes genéticos ganharam atenção, já que, através da análise das variantes genéticas, são capazes de dizer se você está mais protegido ou vulnerável ao vírus e as suas complicações.

Nosso organismo está interligado!
A Covid-19 mostrou que não é porque uma doença possui um alvo específico que ela não vá afetar outras estruturas do corpo, podendo causar, inclusive, sequelas de longa duração “Pessoas que tiveram a doença apresentaram long covid, o que inclui  sequelas, como perda da massa muscular, cansaço físico e emocional, falta de ar, alterações de paladar e olfato e disfunções circulatórias, que podem ter várias consequências, desde a formação de pequenos coágulos até a queda de cabelos”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez.

Publicidade

+++ Vítima de câncer, paciente deixa herança R$ 8,2 milhões para hospital em São Paulo

Atenção ao estilo de vida tornou-se imprescindível
Não é novidade para ninguém que manter um estilo de vida saudável é indispensável, afinal, maus hábitos podem levar a uma série de doenças metabólicas. A Dra. Beatriz Lessance, cirurgiã plástica, afirmou que, com a pandemia, mudar o estilo de vida se tornou prioridade. “As comorbidades, como obesidade e diabetes, intensificam o grau de acometimento da doença”, explica.

Essa maior busca por hábitos saudáveis vai de encontro com a Medicina do Estilo de Vida, uma tendência recente que propõe uma forma diferente de se enxergar o paciente. “A Medicina do Estilo de Vida tem como finalidade cuidar do paciente de forma global, mudando seus hábitos para não apenas tratar, mas, principalmente, para prevenir doenças. Ou seja, é uma maneira de fornecer ao paciente ferramentas para a mudança de seus hábitos”, diz a cirurgiã plástica. Ela é baseada em seis pilares — alimentação, controle do estresse, prática de atividade física, cessação do tabagismo, qualidade de sono e relações interpessoais — sendo destinada a todas as faixas etárias. 

Publicidade

Sobre as fontes:
Dra. Aline Lamaita: 
Cirurgiã vascular, é membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). A médica é formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (2000) e hoje dedica a maior parte do seu tempo à Flebologia (estudo das veias).

Dra. Paola Pomerantzeff: Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina Santo Amaro.

Dr. Hugo Roberto Lewgoy: Mestre e Doutor pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo; Professor Colaborador do Instituto de Pesquisas Nucleares (IPEN) e do Mestrado Profissional em Biomateriais em Odontologia da Universidade Anhanguera (UNIAN).

Dr. Marcelo Sady: Autor de diversos artigos e trabalhos científicos publicados em periódicos especializados, o Dr. Marcelo Sady fez parte do Grupo de Pesquisa Toxigenômica e Nutrigenômica da FMB – Botucatu, além de coordenar e ministrar 19 cursos da Multigene nas áreas de genética toxicológica, genômica, biologia molecular, farmacogenômica e nutrigenômica.

Dra. Marcella Garcez: Médica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. 

Dra. Beatriz Lassance: Cirurgiã Plástica formada na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e residência em cirurgia plástica na Faculdade de Medicina do ABC. É membro do American College of LifeStyle Medicine e do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida.