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Estudos comprovam que jovens que se sentem sozinhas descontam os sentimentos em alimentos calóricos

Uma pesquisa feita pela Universidade da Califórnia chegou à conclusão de que a solidão em mulheres de 25 anos acaba levando ao aumento da fome emocional

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Jovens que se sentem sozinhas tendem a descontar sentimentos na comida – Prostock-studio/Konstantin Postumitenko

Quem nunca quis se afundar em um balde de sorvete e assistir a um filme para esquecer tudo de errado que estava acontecendo no dia? Uma pesquisa comprovou que isso não é um costume só seu, mas, na verdade de mulheres jovens que se sentem sozinhas em geral. Quer entender mais? Veja abaixo o que foi divulgado pela Agência Einstein:

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A pesquisa

A Universidade da Califórnia reuniu 93 mulheres com uma média de 25 anos para estudar os impactos negativos da solidão sobre os hábitos alimentares à saúde mental. Os cientistas dividiram as escolhidas em dois grupos. Um deles continha pessoas com altos índices de percepção de isolamento social e outro com baixos índices. Para testá-las, mostraram imagens de alimentos enquanto examinavam as reações através de ressonância magnética funcional, o fluxo sanguíneo e oxigenação dos tecidos cerebrais.

Os estudos mostraram que aquelas que sentiam-se sozinhas apresentaram mais ativação nas regiões do cérebro associadas ao desejo por comida. Isso aumentava quando compartilhavam fotos de sobremesas. Além disso, as áreas de massa cinzenta, que são as que fazem termos autocontrole quando o assunto é alimentação, se ativaram em menor quatidade.

Chegaram à conclusão que elas tinham alguns fatores em comum, como maiores índices de gordura corporal, alimentação baseada em recompensa e de baixa qualidade, vícios alimentares, apetite descontrolado e não sabem lidar com eventos difíceis e estressantes. Porém, os impactos vão muito além dos sentimentos. Eles acabam influenciando diretamente a forma que aquela pessoa se alimenta, fazendo com que ganhe mais peso e possa desenvolver ansiedade e depressão.

Comer emocional

Essas consequências nada mais são do que a fome emocional, segundo o endocrinologista Carlos Andre Minanni, do Centro de Prevenção e Tratamento da Obesidade do Hospital Israelita Albert Einstein. As pessoas acabam descontando todos os sentimentos na comida. Pois, de acordo com a psicóloga Juliana Santos Lemos, o alimento se torna uma válvula de escape para aliviar as dores momentânea. “Nesses casos, a preferência é por itens ricos em açúcar e gorduras, que oferecem a sensação rápida de prazer e ativam o sistema límbico no cérebro, região que envolve as emoções e o mecanismo de ganho e recompensa”, explica.

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Tratamento

O lado bom dessa história toda é que esse comportamento pode ser desfeito através de terapia, especialmente a cognitivo-comportamental. “Com essa abordagem, é possível entender os aspectos que antecedem a ingestão alimentar e que definem o conjunto de cognições que constroem o processo da alimentação, além de gerenciar outros fatores que impactam a saúde física e mental”, conclui Santos Lemos.

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