Novo clipe de Anitta gera comentários preconceituosos contra o Candomblé
Historiador comenta sobre as possíveis motivações que internautas tiveram ao criticarem novo vídeo da música da cantora de funk e explica origens históricas do preconceito
Historiador comenta sobre as possíveis motivações que internautas tiveram ao criticarem novo vídeo da música da cantora de funk e explica origens históricas do preconceito
Na última segunda-feira (13), o anúncio do novo videoclipe de Anitta ,com publicações de imagens remetendo-se a símbolos representados por religiões de matrizes africanas, gerou comentários de diversos internautas. Ela recebeu críticas nas redes sociais e, assim, algumas dúvidas a respeito de preconceitos vieram à tona. Sendo assim, conversamos com o historiador Tadeu Mourão, confira sua opinião:
Inicialmente, o especialista conta que tudo começa na História. “O preconceito e o ódio para com as religiões de matrizes africanas têm duas raízes históricas fundamentais. A primeira é o racismo, pois tudo que é criado pela cultura negra no Brasil é demonizado antes de ser parcialmente aceito e publicamente consumido pela classe média branca. Foi assim com o samba, com a capoeira, com o funk e é assim com as religiões negras”, explica.
Em segundo lugar, Mourão justifica com as diferenças entre as pessoas de diversas culturas. “A maioria das instituições cristãs e islâmicas acredita que o sagrado do outro deva ser combatido e que apenas a sua versão do divino deva existir na face da Terra para impor a mesma moral e ética a todos, indistintamente”, afirma.
E finaliza: “Para essas denominações religiosas, o mal é o diferente, o que diverge de suas ideias de sagrado ou o que desafia seus tabus. Para a concepção de sagrado dos povos de matrizes africanas, indígenas, orientais e do mundo antigo, essa lógica não se aplica. Pois, para todas essas culturas, negar o sagrado do outro e sua potência equivale a negar a existência do seu próprio divino”.
Bateu a curiosidade? Então confira o novo videoclipe de Anitta, Aceita: